Deus, amigo da vida e compassivo.
Celebramos a morte e ressurreição do Senhor “até que ele venha”, sem contudo fazer da segunda vinda (parusia) objeto de transtorno, alarme, intimidação e medo (II leitura); pelo contrário, buscamos força para uma fé eficaz, celebrando na eucaristia nossa união com o Senhor Jesus, prenúncio de nossa comunhão plena com ele.
Nossa fé eficaz no seguimento do Senhor Jesus nos leva a gestos concretos, como os de Zaqueu: antes muito rico e poderoso, despojou-se de tudo, partilhou tudo se tornou pobre e solidário como o Senhor que decidiu hospedar-se em sua casa (evangelho). Diante disso, perguntamos se não é anticristão os ricos e poderosos partilharem da Eucaristia sem partilhas nada com o pobre e necessitado.
A I leitura nos presenteia uma das mais eloquentes definições de Deus: ele é , por excelência, o Todo-poderoso e o amante da vida: ele revela seu poder na compaixão e acende em cada criatura uma centelha do divino. Isso, contudo, não nos deve conduzir a um falso êxtase, pois o grande desafio é poder contemplar o divino no humano e em cada ser criado.
Sabedoria 11,22-12,2 – Deus, amigo da vida. A vida do homem é determinada pelo culto à divindade que ele adora. Quem serve aos ídolos sofre as conseqüências destrutivas da idolatria. Estas, na verdade, são o castigo com que Deus chama a atenção dos idólatras. Ele é o único Senhor da vida, e quer que todos se convertam e encontrem o caminho para a vida.
2Timóteo 1,11-2,2 – “Esperar sentados”a segunda vinda do Senhor? A vocação cristã é dom gratuito de participação no projeto de Deus: projeto de salvação feito desde a eternidade, manifesto em Jesus Cristo e entregue a todos pelo anúncio do Evangelho. Sobre o «depósito da fé» (vv. 12.14), cf. nota em 1Tm 6,20-21. O Espírito garante o discernimento que faz compreender o núcleo fundamental da fé, isto é, o testemunho de Jesus Cristo, e como concretizá-lo em novas situações históricas. A situação de perseguição provocada pelo testemunho do Evangelho conduz à verdadeira triagem das relações: como aconteceu com Jesus, a maioria se afasta da testemunha perseguida («se envergonham»); outros se aproximam ainda mais, confirmando o próprio testemunho.
Lucas 19,1-10 – Zaqueu , o discípulo que agrada a Jesus. Zaqueu é o exemplo para qualquer rico que deseja alcançar a salvação. Sua conversão começa com o desejo de conhecer Jesus de perto. Continua, quando se une ao povo para se encontrar com Jesus e acolhê-lo em sua própria casa. A conversão se completa quando Zaqueu se dispõe a partilhar seus bens e devolver com juros o que roubou.