Em tempo de profundas crises sociais surgem muitos messias com seus pacotes e planos para uma sociedade nova. A matéria deles acaba se tornando patrocinador de uma tirania maior. E os que sofrem são cada vez mais envolvidos nas malhas da miséria e da dor, restando-lhes “torcer para que dê certo”.
A proposta da liturgia deste domingo é revolucionário. Só há um Messias, e ele é pobre, manso e pacífico (I leitura). Ele desbanca os planos das elites, que a rejeitam. Os pobres, contudo, encontram nele esperança, descanso e vida (evangelho). O messianismo de Jesus continua hoje n a proposta dos que i conhecem e o seguem fielmente, animados e possuídos pelo Espírito daquele que o ressuscitou dos mortos. Eles não vêem o mundo e a história como se fossem dominados pelo fanatismo; pelo contrário, vivendo a vida no Espírito, optam por um mundo novo e transformado, onde a vida se manifesta com todo o vigor (II leitura).
Zacarias 9,9-10 – Há uma esperança para o povo que sofre – Alexandre Magno é um instrumento de Deus, mas não é o Messias que vai reunir o povo. O projeto não será realizado mediante o poder opressor e a força militar, mas através da ação do Messias, cuja característica fundamental é a justiça e a solidariedade com os pobres. O Messias construirá a paz, isto é, a vida plena para todas as nações, chamadas que são a fazer parte do povo de Deus. Segundo Mt 21,4-9, Jesus é a realização plena deste anúncio.
Mateus 11,25-30 – Jesus é vida e liberdade para os pobres – Com sua palavra e ação, Jesus revela a vontade do Pai, que é instaurar o Reino. Contudo, os sábios e inteligentes não são capazes de perceber a presença do Reino e sua justiça através de Jesus. Ao contrário, os desfavorecidos e os pobres é que conseguem penetrar o sentido dessa atividade de Jesus e continuá-la. Jesus veio tirar a carga pesada que os sábios e inteligentes haviam criado para o povo. Em troca, ele traz novo modo de viver na justiça e na misericórdia: doravante, os pobres serão evangelizados e partirão para evangelizar.
Romanos 8,9.11-13 – A vida no Espírito – A entrada do Espírito de Deus no homem, mediante Cristo, determina uma renovação pela qual o homem sente, pensa e age conforme a vontade de Deus. Em lugar da lei dos instintos egoístas, surge a «lei do Espírito que dá a vida». Trata-se de um novo dinamismo interior que, com a própria força de Deus, liberta o homem da tirânica «lei do pecado e da morte». Em lugar do pecado ou egoísmo, que determina o ser e ação do homem, existe agora o Espírito ou Amor; em lugar da morte, existe a vida. A unidade entre querer o bem e realizá-lo é recomposta. A situação desesperadora do homem é superada. Com isso, as relações sociais podem ser refeitas e a estrutura social injusta e opressora pode ser superada.