O “Poder “de Jesus
Uma das características do antigo judaísmo é seu caráter profético, ou seja, o fato de ser determinado, de modo decisivo, por personagens carismáticos que são considerados porta-vozes de Deus (profeta é um termo grego que significa “porta-voz”; o equivalente hebraico, nabi, evoca antes a figura do vidente).
Foi sobretudo na época imediatamente anterior ao Exílio que o profeta ganhou sua imagem “clássica”; as reformas religiosas do tempo de Josias (620) e durante e depois do Exílio são profundamente marcadas pela atuação dos profetas clássicos. É o tempo em que surge o livro do Deuteronômio, recapitulação da Lei de Moisés. Este livro comporta uma espécie de definição do que deve ser um profeta (nem todos eram assim) : alguém como Moisés, alguém que escute a palavra de Deus, alguém a quem Deus coloque suas palavras na boca para transmiti-las, alguém que não fale em nome de Deus o que este não tiver inspirado, nem fale em nome de outros deuses; alguém cujas palavras sejam confirmadas pelos fatos (Dt 18,15-22). Por esta instituição do profetismo, o povo de Israel se distingue das nações pagãs, que praticam todo tipo de adivinhação e superstição.
Deuteronômio 18,15-20 : O profeta , porta-voz de Deus – Deus suscita, na assembléia de Israel, a figura do “profeta”, conforme o modelo de seu porta-voz no Sinai, Moisés. O profeta deve anunciar a cada geração o que Deus acha dela, e não outra coisa, sensacionalismo, adivinhação, ou seja, lá o que for. O Judaísmo ulterior interpretou”um profeta como eu” (Dt 18,15) não mais no sentido genérico, mas individual, como significando o Messias. Jo 6,14 mostra que Jesus foi identificado com este Messias-profeta.
Marcos 1,21-28: A autoridade de Jesus – A palavra de Jesus é um acontecer e um agir. Por isso, Marcos não narra o conteúdo do que Jesus pregou na sinagoga de Cafarnaum, mas o efeito: Jesus age com autoridade (1,22.27), o que se mostra na expulsão dos espíritos imundos, que reconhecem em Jesus o representante de Deus . (Lc 4,31-37).
1Cor 7,32-35 : As vantagens do celibato – Continuando no espírito do relativismo escatológico”, dando importância não tanto ao estado de vida que se escolhe, quanto à diligência escatológica com a qual se o assume, Paulo explica que ele acha muito bom o estado celibatário, porque permite uma dedicação mais intensa àquilo que se relaciona de modo imediato com o Reino escatológico. Mas não condena as “mediações”do Reino, entre as quais o casamento. Só quer mostrar sua relatividade. Sobre o casamento, Jesus mesmo deu instruções (1Cor 7,10). O celibato é um conselho pessoal de Paulo (7,25).