A História de Jesus continua na vida da Comunidade
Celebrar a partida de Jesus para o Pai é senti-lo eternamente presente na vida das pessoas e da comunidade cristã. Ele não se afastou. Criou sua morada estável em nosso meio, como aquele que sustenta os passos e o testemunho dos que nele crêem (evangelho). Cabe agora à comunidade cristã mostrá-lo presente mediante o testemunho ( I leitura). Ele está sempre presente no meio de nós, em nossas comunidades, pois a glória de Deus é estar conosco; e nós o glorificaremos quando o reconhecemos e manifestarmos como Senhor absoluto, Cabeça da Igreja, razão da nossa esperança (II leitura).
Atos 1,15-17.20-26: Indicação de Matias como apóstolo – 120 fiéis, 12 apóstolos: a comunidade de Jerusalém é o novo povo de Israel (12 tribos). Era preciso colocar no lugar de Judas alguém que fosse testemunha ocular da atividade do Cristo e de sua ressurreição. Pois os Doze são o fundamento da fé da Igreja. Deus mesmo, mediante a sorte, indica Matias.
João 17,11-19 : Jesus reza pelos seus: unidade, alegria – Segunda parte da grande oração de Jesus. Ele reza para que os seus sejam conservados na união da fé e da caridade (17,6-19). Sua característica para fora deve ser: a alegria do próprio Cristo, plenificada neles. Alegria que expressa a plena união com o Pai. A comunidade é assumida nesta união, embora ainda vivendo neste mundo, porém não mais lhe pertencendo. Pois é santificada pela verdade, que é: Deus revelando-se no amor de Cristo até o fim ( Jo 17 situa-se na véspera da Cruz)
A santificação na Verdade, que Jesus, na hora de sua despedida, pede ao Pai, para os seus discípulos. A “verdade”, em João, é antes de tudo a revelação do ser de Deus no seu Filho, mais especificamente, na “hora” deste (Jo 17,1), ou seja, na sua morte, que é a manifestação da glória de Deus, Isto é, de seu mais íntimo ser, pois Deus é amor. A verdade é o amor de Deus que se revela para nós, na doação de seu Filho. Jesus pede que seus discípulos (e, mais adiante, todos os que acreditarem por sua palavra: Jo 17,20) sejam “santificados”nesta verdade. Jesus se dedica a Deus, assumindo a obra da revelação do amor até o fim; nisto, torna-se inteiramente “palavra de Deus”, e esta palavra é a verdade (17,17).
1 Jo 4,11-16 Amor, dom do Espírito e comunhão com Deus – Como sabemos que temos comunhão com Deus? Nem pela especulação, nem pelos pios sentimentos, mas pelo Espírito que opera em nós a fé em Jesus Cristo e o amor para os irmãos. Mesmo nesta comunhão, Deus fica um mistério para nós; nem sempre o compreendemos, mas sempre devemos acreditar naquilo que ele é: amor. Este amor, mostrou-o em Cristo, escolhendo o lado do último dos homens. Confiar neste amor significa: participar dele.
Esta leitura nos ensina que não só a alegria, mas também o amor de Deus deve ser levado à plenitude, em nós; isso acontece pelo amor fraterno (1 Jo 4,12). Para isso, Deus nos dá o Espírito, que continua a obra do Filho, agora “exaltado”: para que fiquemos fiéis ao legado de Cristo, que nos amou até o fim; para que conheçamos o sentido decisivo deste amor, nele acreditemos e lhe fiquemos fiéis, pois, então, Deus permanece em nós e nós nele (1 Jo 4,13-16).