O banquete a vida
A festa de Corpus Christi foi introduzia na Igreja pelo papa Urbano IV, no século XIII. O que está na origem dessa solenidade é a instituição da eucaristia. Jesus dizia: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu permaneço nele” (Jo 6,56).
“Bendito sejais , Senhor Deus do universo, pelo pão e pelo vinho”. “Todas as vezes que comemos deste pão e bebemos deste cálice, anunciamos, Senhor, a vossa morte, enquanto esperamos vossa vinda”. “Vocês é que têm de lhes dar de comer”. A Eucaristia, que nos faz Igreja, nos leva a reviver o memorial da nossa fé: paixão, morte, ressurreição e ascensão de nosso Senhor. Mas a fração do pão eucarístico e participação no banquete do Cordeiro nos provocam a tornar eucarística toda partilha do “pão nosso de cada dia” com quem está afastado do banquete da vida e passa fome.
Êxodo 24,3-8 – Sacrifício de conclusão da Aliança
O rito da aliança mostra o acordo entre os contraentes: Deus, representado pelo altar, e o povo se comunicam através do mesmo sangue, que é o símbolo da vida. O Novo Testamento apresentará a Nova Aliança selada com o sangue de Jesus (Mt 26,28).
Salmo Responsorial: 115(116)
Oração de agradecimento, talvez após a cura de uma doença grave. O agradecimento se dirige ao Deus que ouve o clamor, libertando para a vida aqueles que o invocam. A experiência da libertação faz reconhecer a justiça e o amor que se voltam para os pobres e necessitados. O reconhecimento da libertação introduz a confiança, que é o clima da fé.
Hebreus 9,11-15 – Cristo nos purificou por seu próprio sangue
Aquilo que os judeus esperavam da liturgia para o perdão dos pecados realizou-se concreta e definitivamente na Páscoa de Cristo. Nele está presente o santuário, o sacerdote e o sacrifício. Ele derrama o próprio sangue, isto é, oferece conscientemente sua vida a Deus em benefício dos homens, seus irmãos. Desse modo, ele é o homem que, com a sua obediência, purifica a partir de dentro a consciência humana. Desta vez, um homem tem acesso junto ao próprio Deus. Ressuscitado e vivo para sempre, Cristo permanece nessa relação de presença diante de Deus e de dom em favor dos homens; é relação assumida uma vez por todas, definitiva e eternamente. Não existe outro sacrifício a ser realizado. Chegou o tempo final, «os bens futuros».
Para os judeus, sangue e sacrifício estão ligados com perdão e aliança (cf. Ex 24). A nova aliança foi estabelecida pela morte e ressurreição de Cristo.
Marcos 14,12-16.22-26 – A Última Ceia
A celebração da Páscoa marcava a noite em que o povo de Deus foi libertado da escravidão do Egito. Jesus vai ser morto como o novo cordeiro pascal: sua vida e morte são o início de novo modo de vida, no qual não haverá mais escravidão do dinheiro e do poder.
A ceia pascal de Jesus com os discípulos recorda a multiplicação dos pães. Ela substitui as cerimônias do Templo e torna-se o centro vital da comunidade formada pelos que seguem a Jesus. O gesto e as palavras de Jesus não são apenas afirmação de sua presença sacramental no pão e no vinho. Manifestam também o sentido profundo de sua vida e morte, isto é: Jesus viveu e morreu como dom gratuito, como entrega de si mesmo aos outros, opondo-se a uma sociedade em que as pessoas vivem para si mesmas e para seus próprios interesses. Na ausência de Jesus, os discípulos são convidados a fazer o mesmo («tomem»): partilhar o pão com os pobres e viver para os outros. Jesus sabe que vai ser traído por um discípulo e abandonado pelos outros.
Oração
Ó Jesus, pão vivo descido do céu, durante a refeição, surpreendeste teus discípulos com uma grande novidade: por tua vontade, o pão e o vinho abençoados tornaram-se teu corpo e sangue. Desse modo, és presença viva em nós e alimento indispensável para nossa caminhada diária.
Amém.