O Messias e seus seguidores
Nossas comunidades são compostas por pessoas de raças, classes sociais e sexos diferentes. Isso pode ser uma riqueza. Mas é também uma denúncia, pois em Cristo não há mais judeu e não judeu, escravo ou livre, homem ou mulher (I leitura). Celebramos, portanto, a riqueza da unidade na diversidade das raças, mas pedimos perdão porque discriminamos, vivendo uma “Religião e Lei” , e não o Evangelho de Jesus Cristo.
Celebramos a morte do Messias inocente e justo, Cristo Jesus. Sua ressurreição é a vitória sobre as estruturas de morte (evangelho). Ele não permite que inocentes e indefesos continue sendo massacrados (I leitura). Ele não está de acordo que seu povo continue morrendo à míngua, pois sua proposta é a vida e liberdade para todos.
Nossas celebrações são momento de pesar e súplica, mas também de esperança e vitória, pois o Messias morto e ressuscitado nos convoca. Vamos renunciar a tudo o que impede a vida e a fraternidade. Vamos renunciar a tudo o que impede a vida de fraternidade. Vamos assumir diariamente a causa de Jesus, que é nossa cruz. Vamos segui-lo para transformar o mundo.
Zacarias 12,10-11;13,1 Lamentarão aquele a quem transpassaram – Não se sabe quem foi, historicamente, o “transpassado”de Zc 12. Foi um profeta, um “pastor”(Zc 11). Foi um mártir: sua morte significou uma catástrofe para o povo, mas também um novo início, conversão e volta a Deus ( o Servo de Javé, Is 53). Jo 19,37 identifica Jesus com este “transpassado”(Ap 1,7). A liturgia de hoje relaciona este texto com a predição da Paixão de Jesus. Num 21,8; Jo 3,23-24 .
Gálatas 3, 26-29 – Superação de todas as discriminações em Cristo –O papel da Lei terminou com a chegada de Cristo. Pela fé nele e pelo batismo, os homens se revestem de Cristo, isto é, são transformados para se tornarem imagem dele (cf. Cl 3,11). Em Cristo, portanto, os homens ficam libertos de qualquer lei e de qualquer diferença que possa privilegiar uns e marginalizar outros.
Lucas 9, 18-24 – Profissão de fé de Pedro e anúncio da Paixão – Não basta declarar e aceitar que Jesus é o Messias; é preciso rever a idéia a respeito do Messias, o qual, para construir a nova história, enfrenta os que não querem transformações. Por isso, ele vai sofrer, ser rejeitado e morto. Sua ressurreição será a sua vitória. E quem quiser acompanhar Jesus na sua ação messiânica e participar da sua vitória, terá que percorrer caminho semelhante: renunciar a si mesmo e às glórias do poder e da riqueza.