Epifania de Nosso Senhor

Onde a Estrela Parou ? 

Historicamente falando, a festa da Epifania (6 de janeiro; no Brasil, o domingo entre 2 e 8 de janeiro) é uma duplicata: enquanto o Ocidente (Roma e África do Norte) celebrava Natal no dia 25 de dezembro, no quarto século introduziu-se aí também a festa natalina dos cristãos orientais, a Epifania, celebrada no dia 6 de janeiro. Assim, a própria introdução da festa já significa universalismo (união dos cristãos ocidentais e orientais) 

Atualmente, Epifania marca a fase final do ciclo natalino. Celebra-se a manifestação do Messias ao mundo (Epifania significa manifestação), lembrando a adoração do menino Jesus pelos magos, representantes do mundo inteiro.  

Isaias 60,1-6: Adoração universal em Jerusalém – Em Is 9,1 anunciou-se a nova luz para a região da Galileia, despovoada pelas deportações (732 aC). Duzentos anos depois, um profeta da escola de Isaías repete a mesma imagem, aplicando-a a Sião, ao povo de Judá que, de volta do exílio, se meteu a reconstruir a cidade e o templo (Is 60,1). “Torna-te luz”, esquece a fadiga e o desânimo, Deus está perto. As nações devolvem a Israel seus filhos e filhas que ainda vivem no estrangeiro, que vêm do Oriente realizam esta profecia; a eles, o Cristo apareceu como a misteriosa “luz” Ap 20,10-11. 

Mateus 2,1-12: Adoração dos magos do Oriente – No novo povo de Deus, não importa ser judeu ou gentio, mas importa a fé. O evangelho de Mateus termina com a missão de evangelizar “todas as nações” (28, 18-20). Mas já no início, os “magos” representam esta realidade. Em oposição a eles, os doutores judaicos de Jerusalém sabiam onde devia nascer o Messias, mas a estrela da fé não os conduziu até lá. 

Efésios 3,2-3a.5-6: Os gentios participam também das promessas divinas, em Cristo – As promessas do AT se dirigem a Israel. Mas Deus vê mais longe. Isso, já os antigos profetas o sabiam, mas o judaísmo o esqueceu. Até Paulo o aprendeu com surpresa: a revelação do grande mistério, de que também os gentios são chamados à paz messiânica; e a revelação de sua missão pessoal, de levar esta Boa-nova aos pagãos.  

Reflexão 

A festa da Epifania é a revelação da bondade do Deus que deseja salvar a todos. Contudo, ele é salvação se a comunidade se posicionar positivamente, em sintonia com a salvação que é oferecida a todos. Os textos de hoje, portanto, oferecem: 

– Um convite à comunidade para que saia da prostração e cegueira em que jaz, para perceber e sentir a presença do Deus que a transforma a partir de dentro (I leitura). 

-Uma oportunidade para o discernimento: a salvação não vem dos poderosos, mas do menino-pastor, o poder popular que atende às reivindicações dos excluídos. Quem entende a lógica do Deus que nasce na periferia do mundo será capaz de uma ação que desestabiliza os Herodes de hoje. O nosso caminho passa por esses Herodes, ou tem outra “estrela”, outros “sonhos” para mudar a sociedade? (evangelho). 

– A  comunidade que vive a mensagem de Jesus, torna-se missionária pelo fato de não excluir ninguém, principalmente os que já foram excluídos pela sociedade, como no caso dos pagãos, aos quais Paulo dedica seu tempo e sua vida (II leitura).

<< Voltar
Ao navegar em nosso site você concorda com a nossa Política de Privacidade Li e Concordo