O Messias sem Fronteiras
A festa de hoje celebra o episódio narrado por Mateus, em seu evangelho que nos fala da visita e adoração dos reis magos. Esse evangelho veio de uma comunidade de cristãos judeus. Quer mostrar antes de tudo que, enquanto o poder político é religioso judaico ficou alarmado com a chegada de Jesus, os de fora, os de longe, os descrentes vêm fazer-lhe a mais sincera homenagem. Ele não é propriedade de um povo; veio para todos. Ainda hoje, quantas vezes quem não frequenta nossas igrejas nos dá lições práticas de verdadeiro cristianismo! Na eucaristia celebramos Jesus, que e entrega em favor de todos para que todos participem como irmãos.
Isaias 60,1-6 : Adoração universal em Jerusalém – Em Is 9,1 anunciou-se a nova luz para a região da Galiléia, despovoada pelas deportações (732). Duzentos anos depois, um profeta da escola de Isaías repete a mesma imagem, aplicando-a a Sião, ao povo de Judá que, de volta do exílio, se meteu a reconstruir a cidade e o templo(Is 60,1). “Torna-te luz”, esquece a fadiga e o desânimo, Deus está perto. As nações devolvem a Israel seus filhos e filhas que ainda vivem n estrangeiro, e oferecem suas riquezas ao Deus que realmente salva seu povo. No NT, os magos que vêm do oriente realizam esta profecia; a eles, o Cristo apareceu como a misteriosa luz – Sl 72,10
Mateus 2,1-12: Adoração dos magos do Oriente – No novo povo de Deus, não importa ser judeu ou gentio, mas importa a fé. O evangelho de Mateus termina com a missão de evangelizar “todas as nações” (28,18-20). Mas já no início, os magos representam esta realidade. Em oposição a ele, os doutores judaicos de Jerusalém sabiam onde devia nascer o Messias, mas a estrela da fé não os conduziu até lá. Nm 24,17
Efésios 2,2-6 : Os gentios participam também das promessas divinas, em Cristo – As promessas do AT se dirigem a Israel. Mas Deus vê mais longe. Isso, já os antigos profetas o sabiam, mas o judaísmo o esqueceu. Até Paulo o aprendeu com surpresa: a revelação do grande mistério, de que também os gentios são chamados à paz messiânica; e a revelação de sua missão pessoal, de levar esta Boa-Nova aos pagãos. 3,23. Ef 3,7
No passado esta festa era chamada de dia de reis( 6/01), ainda muito comemorada no interior do Brasil. Hoje a liturgia nos convida a celebramos Epifania do Senhor, que significa a manifestação do Senhor. Deus se manifesta através da estrela aos reis magos. Esta festa tem dois grandes significados, o primeiro é a de percebermos que o Senhor se manifesta de muitos modos tanto no passado como no presente, desde que estejamos abertos a Ele; o segundo é de reconhecermos a universalidade da mensagem do Senhor, ele vem para todos os povos, isto está simbolizado na adoração dos magos que eram estrangeiros e não judeus.
Devemos ver Jesus em nossa vida, em nossa historia. O espelho que serviu para as primeiras comunidades deve servir para nós hoje. Ver em Jesus a nossa vida, a nossa história.
Reconhecer que nossa fé deve ser uma ameaça para o Herodes de hoje e deve saber-se também ameaçada pela lei do mais forte, que governa o nosso mundo. Reconhecer que o salvador Jesus Não combina com a salvação que vem do poder, do dinheiro, do consumismo. “ Ninguém pode servir a dois senhores, este será o tema da próxima Campanha da Fraternidade.
Ser uma luz, uma esperança para a humanidade. Que as nações todas possam encontrar em nós, na nossa maneira de viver em comunidades, uma luz, um caminho para sair de suas constantes crises.