“ O Verbo se fez Carne”. Hoje celebramos o menino que nos é dado, um menino Deus que se une para sempre à humanidade com a Santíssima Trindade. Cremos que Ele seja a segunda pessoa da Santíssima da Trindade que tomou um coro e agora podemos ver a sua face. Nesse menino está a resposta à indagação do salmista: “ quando terei a alegria de ver a face de Deus?” Não basta, contudo, ter certeza de esse menino seja Deus, é preciso que Ele seja também homem. É preciso que tome de fato sobre si as nossas dores. Eis a alegria do Natal: esse menino é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Ele toma sobre si não só nossas dores, mas também nosso medo, nossas angústias, nossas dúvidas. Ele toma sobre si o nosso desejo de viver, mesmo diante de um envelhecimento implacável que os anos nos impõem. Ele toma consigo o nosso desejo de que o cálice da morte passe. Vinde, adoremos o menino Deus, mas não tiremos dele a humanidade.
Isaias 52, 7-10 : A boa notícia. O grande Evangelho (boa notícia) do Segundo Isaías é a salvação: os exilados vão voltar da Babilônia e Javé tornará a reinar em Sião. A reconstrução, motivo de alegria para o povo, é também sinal da misericórdia de Deus.
Hebreus 1,1-6 : O mistério de Cristo. Ele é o centro do sermão. O trecho é o mais denso de todo o Novo Testamento: Deus falou definitivamente em Jesus Cristo, o qual é a palavra viva e concreta de Deus. Tudo o que podemos falar sobre o projeto de Deus – criação, revelação e redenção – tudo encontra sua expressão definitiva em Cristo. Este é quem faz existir e salva toda criatura. Ele é igual em tudo ao Pai; e, glorificado, é muito superior ao mundo dos anjos. Muitas vezes imaginamos um Deus distante: para se comunicar com os homens, Deus se serve dos anjos; e os homens, para se comunicarem com Deus, se servem dos santos.
João 1,1-18 : Jesus é a Palavra que revela Deus aos homens. O Prólogo de João lembra a introdução do Gênesis (1,1-31; 2,1-4a). No começo, antes da criação, o Filho de Deus já existia em Deus, voltado para o Pai: estava em Deus, como a Expressão de Deus, eterna e invisível. O Filho é a Imagem do Pai, e o Pai se vê totalmente no Filho, ambos num eterno diálogo e mútua comunicação.
A Palavra é a Sabedoria de Deus vislumbrada nas maravilhas do mundo e no desenrolar da história, de modo que, em todos os tempos, os homens sempre tiveram e têm algum conhecimento dela.
Jesus, Palavra de Deus, é a luz que ilumina a consciência de todo homem. Mas, para onde nos conduziria essa luz? A Bíblia toda afirma que Deus é amor e fidelidade. Levado pelo seu imenso amor e fiel às suas promessas, Deus quis introduzir os homens onde jamais teriam pensado: partilhar a própria vida e felicidade de Deus. E para isso a Palavra se fez homem e veio à sua própria casa, neste seu mundo.
A humanidade já não está condenada a caminhar cegamente, guiando-se por pequenas luzes no meio das trevas, por pequenas manifestações de Deus, mas pelo próprio Jesus, Manifestação total de Deus. Com efeito, Jesus Cristo, que é a luz, veio para tornar filhos de Deus todos os homens. Um só é o Filho, porém, todos podem tornar-se bem mais do que filhos adotivos: nasceram de Deus.
Deus tinha dado uma lei por meio de Moisés. E todos os judeus achavam que essa lei era o maior presente de Deus. Na realidade, era bem mais o que Deus tinha reservado para todos. Porque Jesus, o Deus Filho, o verdadeiro e total Dom do Pai, é o único que pode falar de Deus Pai, porque comunica o amor e a fidelidade do Deus que dá a vida aos homens.