Três práticas para o Sagrado tempo da Quaresma : a esmola, a oração e o jejum, que devem ser feitos em silêncio e em segredo. Basta que sejam vistos por Deus. Jejum de comida, bebida e gastos desnecessários. Coloque o que for economizado na coleta da Campanha da Fraternidade no Domingo de Ramos. É a sua esmola, que será aplicada em obras sociais em todo o país. E reze um pouco mais, leia a Sagrada Escritura.
Joel 2,12-18 – Rasguem o coração, e não as roupas –A calamidade faz com que o povo se volte para Deus. Este, porém, não quer um rito puramente exterior, mas um profundo movimento coletivo de conversão, porque ele conhece o homem por dentro, e não somente pela aparência. Por que o povo na miséria se tornaria vergonha perante as nações? Simplesmente porque teria de recorrer a outros países, a fim de comprar alimentos por preços exorbitantes, carregando-se de dívidas. Além disso, teria de aguentar a «caçoada teológica»: «Por que o seu Deus não o protege?» Se o tempo de carestia levou o povo à penitência e à súplica, uma conversão sincera é abençoada por Javé com novos tempos de abundância.
2Coríntios 5,10-6,2 – O ministério da reconciliação -Deus escolheu apóstolos para exercer o ministério da reconciliação. Por meio deles, o Senhor Jesus continua sua atividade na terra e convoca todos os homens: «reconciliem-se com Deus».
Mateus 6,1-6.16-18 – Superar a justiça dos hipócritas . O termo justiça se refere, aqui, a atitudes práticas em relação ao próximo (esmola), a Deus (oração), e a si mesmo (jejum). Jesus não nega o valor dessas práticas. Ele mostra como devem ser feitas para que se tornem autênticas. A esmola é um gesto de partilha, e deve ser o sinal da compaixão que busca a justiça, relativizando o egoísmo da posse. Dar esmola para ser elogiado é servir a si mesmo e, portanto, falsificá-la. Na oração, o homem se volta para Deus, reconhecendo-o como único absoluto, e reconhecendo a si mesmo como criatura, relativizando a auto-suficiência. Por isso, rezar para ser elogiado é colocar-se como centro, falsificando a oração. Jejuar é privar-se de algo imediato e necessário, a fim de ver perspectivas novas e mais amplas para a realização da vida. Trata-se de deixar o egocentrismo, para crescer e dispor-se a realizar novo projeto de justiça. Jejuar para aparecer é perder de uma vez o sentido do jejum.