Raízes e frutos da Comunidade Cristã
A comunidade cristã se reúne para celebrar a fé e cimentar sua união com Cristo, a videira, cujos ramos são todos os que o aceitam e seguem (evangelho). A fé que celebramos tem sua expressão maior no amor entre os membros da comunidade. Seria vã a fé que não levasse ao amor (II leitura). Ela se traduz também no testemunho cristão, levando as pessoas a eliminar desconfiança, frieza e indiferença nas relações interpessoais. Celebrar a fé é solidariedade e compromisso com os perseguidos por causa do testemunho (I leitura).
Atos 9, 26-31: Primeira atividade apostólica de Paulo. Gl 1,16-24 (testemunho de Paulo sobre este período, levemente diferente de Atos 9: Paulo com a comunidade mãe). Paulo é irmão na fé e no apostolado; Banabé serve de intermediário. Esta fraternidade só é possível porque ser respeita na vocação de cada um a liberdade do Espírito. Paulo, em Jerusalém, torna-se alvo da agressividade do grupo que, antes, o escolhera para testemunhar o apedrejamento de Estevão. Perseguição: parte constitutiva do ser da Igreja neste mundo. Períodos de paz (9,31) são apenas sinais, momentos de reanimação para continuar o caminho, não razões de acomodação. Esta leitura ajuda a comunidade a superar a desconfiança e a frieza entre os membros.
João 15, 1-8: Alegoria da vinha – Jesus é o verdadeiro maná, o verdadeiro pastor, a verdadeira vinha. A vinha lembra Israel (Is 5,1-7), cercado com todo o carinho por Deus, porém pouco generoso nos frutos. A vinha “certa” é Jesus mesmo, com aqueles que lhe são unidos, o novo povo de Deus. Ele está no meio: o tronco; quem está unido a ele, tem a vida, desde já, e produzirá fruto. Como ficar unido a ele? Guardando sua palavra (cumprindo-a).
No AT, a “vinha de Javé” era Israel. Mas não produziu seu fruto. O NT traz uma parábola de Jesus, dizendo que foram os vinhateiros, que não quiseram dar a devida parte do produto ao proprietário; este, depois de ter mandado servos, enviou finalmente seu próprio filho, mas os vinhateiros o mataram, e a vinha foi dada a outros arrendatários. Assim, a vinha se tornou imagem do novo povo de Deus. É este sentido que João à imagem da videira. Certo, ela se aplica em primeiro lugar a Jesus mesmo: “Eu sou a verdadeira videira”. Mas trata-se de Cristo unido com seus. É naqueles que estão unidos com eles, que Jesus produz os frutos que glorificam o Pai: os frutos da caridade.
1 João 3,18-24: Amar em obras e em verdade – Que participamos da verdade de Deus verifica-se no amor exige o homem na sua totalidade. Mas comunica ainda mais do que exige: a certeza de estar em comunhão com Deus, de poder contar com ele, mesmo quando o coração acusa a gente: Deus é maior do que o nosso coração. Os cristãos se reúnem para celebrar a fé. Sem amor não há cristianismo, nem religião, nem fé