Terceiro Domingo da Quaresma
Jesus e a sede da humanidade
Celebramos a memória do amor que Deus tem para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando ainda éramos pecadores. Por meio da fé fomos justificados por Deus e estamos em paz com ele por meio de nosso Senhor Jesus Cristo (II leitura). Mas a sede da humanidade revela que ainda somos envolvidos por preconceitos de sexo, raça e religião (evangelho). Hoje queremos beber do poço que é Jesus, pois ele é o dom que Deus nos concedeu. Com ele caminhamos da escravidão para a liberdade, na certeza de que Deus é aquele que está no meio de nós (I leitura)
Êxodo 17, 3-7 – Deus sustenta a caminhada do povo – A nova dificuldade faz o povo ficar em dúvida: Será que o Deus libertador o está acompanhando no caminho para a vida? O mesmo bastão que provou ser Moisés o enviado de Javé para lutar contra o opressor, torna-se agora instrumento de vida. Massa significa tentação, provação; Meriba significa discussão.
João 4,5-42 – Jesus e a sede da humanidade – Conversando com uma mulher que era samaritana, Jesus supera os preconceitos de raça e as discriminações sociais. Como qualquer pessoa, essa mulher tem sede de vida. Todos buscam algo que lhes mate a sede, mas encontram apenas águas paradas. Jesus traz água viva corrente e faz com que a fonte brote de dentro de cada um.
Enquanto os judeus adoravam a Deus no templo de Jerusalém, os samaritanos o adoravam no templo do monte Garizim. Jesus supera o nacionalismo religioso, mostrando que Deus quer ser adorado na própria dimensão da vida humana. A própria vida, dedicada ao bem dos outros, como a de Jesus, é o verdadeiro culto a Deus, a adoração em espírito e verdade. Como Pai, Deus está presente na família humana e não quer que os homens separem religião e vida.
Com sua palavra e ação, Jesus realiza a obra do semeador. Todos os que fazem a experiência de Jesus partem para anunciá-lo, como a samaritana, provocando a vinda do povo. A vontade do Pai é reunir a humanidade em torno de Jesus, e cabe aos discípulos continuar essa tarefa, iniciada pelo próprio Jesus.
Os judeus se consideravam escolhidos por Deus, mas não compreenderam e não aceitaram a mensagem de Jesus, e até o obrigaram a sair da Judéia (4,1-3). Os samaritanos, que eram considerados como povo marginalizado e herege, acolheram Jesus como o Salvador do mundo.
Romanos 5,1-8 – Cristo morreu por nós quando ainda éramos pecadores – Justificados pela fé em Jesus Cristo, estamos em paz com Deus; por isso, começamos a viver a esperança da salvação. Essa esperança é vivida em meio a uma luta perseverante, ancorada na certeza, garantida pelo Espírito Santo que nos foi dado (vv. 1-5). Deus manifestou seu amor em Jesus Cristo, que morreu por nós quando ainda éramos pecadores (vv. 6-8). Agora que já fomos reconciliados podemos crer com maior razão e esperar que seremos salvos pela vida-ressurreição de Jesus (vv. 9-11).
O termo «tribulação», que aparece muitas vezes no Novo Testamento, se refere às opressões e repressões de que é vítima o povo de Deus. Opressões e repressões por parte dos poderes humanos, que procuram reduzir o alcance do testemunho cristão para que este não abale a estrutura vigente na sociedade.