Eucaristia e encarnação ainda escandalizam?
Nossa assembleia litúrgica é a renovação da fé e do compromisso com o Deus vivo e verdadeiro. Na liberdade e alegria, queremos aderir a ele, para construir junto a numa sociedade nova, na fraternidade (I leitura).
A eucaristia é a encarnação de Jesus em nossa realidade. Aceitamos de bom grado que Jesus se dê a conhecer e se entregue a nós no pão. Mas quando ele nos garante que o seu e nosso caminho passa pela encarnação e doação da vida, aí nos escandalizamos e pretendemos voltar atrás (evangelho).
A carta aos efésios mostra que temer a Cristo é doar-se no serviço até o fim. Nós não queremos ser uma Igreja de beleza estética, e sim o lugar onde as relações entre as pessoas sejam marcadas pelo amor e serviço (II leitura).
Juízes 24,1-2. 15-17.18b – Opção por ou contra Javé – Javé foi quem chamou Abraão e tirou Israel do Egito (24,2-13): a memória destes grandes feitos exige uma opção. Israel pode esquecer seu passado e seu Salvador, como fazem tantos outros. Pode optar pelos ‘deuses da terra”, que são estimados darem bem-estar e progresso – os ídolos de sempre! Mas Josué quer ficar fiel ao Deus da Aliança.
João 6,60-69 Opção por ou contra Jesus – “Quem come este pão, viverá eternamente” (6,58): esta promessa nos coloca diante de uma opção. Para os contemporâneos de Jesus, optar por ele era duro, pois implica em perder o amparo da comunidade judaica. Aceitar Jesus como “pão da vida” implica em rejeição pelo “mundo”. Mas Jesus não retira suas palavras. Pelo contrário, acrescenta que será mais difícil ainda aceitar sua “exaltação” (cruz e na glória). Os raciocínios humanos (a carne) não ajudam nesta questão; só quem é animado pelo Espírito tem acesso à vida em Cristo. Mas para isto é preciso optar, na fé, pelas “palavras da vida eterna”, ou seja, confiar na manifestação do mistério de Deus que Jesus nos proporciona. – 6,62 Jo 6,33.38.51
Efésios 5, 21-32 – O mistério do amor esponsal de Cristo pela igreja – Toda a existência genuinamente cristã revela algo do mistério de Deus. A família, observando a regra fundamental da mútua dedicação na comum veneração de Cristo (5,21), revela o carinho de Cristo por sua Igreja. As regras de moral familiar das comunidades helenísticas, embora com alguns acentos que o matrimônio cristão é a imagem do amor de Cristo pela Igreja, ou seja, sinal eficaz da graça de Deus: sacramento. – 5,21-24. Cl 3,18; 1Pd 3,1-6